terça-feira, 5 de julho de 2011

Aids na terceira idade

Número de infecções pelo HIV entre idosos mais que dobrou entre 1998 e 2008

Avôs e avós fazem sexo, sim. E, sem proteção, também pegam Aids. De 1998 a 2008, os casos da doença entre pessoas acima de 60 anos no Brasil mais que dobraram, segundo dados de 2010 do Ministério da Saúde.

A via predominante de transmissão é por relação sexual heterossexual, em ambos os sexos.

Embora o número absoluto de casos ainda seja pequeno em comparação com outras faixas etárias, o ritmo de crescimento da doença entre os idosos é preocupante, afirma Eduardo Barbosa, diretor do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.

Sem o hábito - e, muitas vezes, sem o conhecimento - de usar preservativos, esse grupo se expõe mais ao risco de contrair o vírus HIV, de acordo com Barbosa.

"É difícil de mudar a mentalidade dessa população. Eles ainda encaram o sexo com camisinha como chupar bala com papel."

Além disso, para as mulheres o preservativo sempre esteve associado a um método contraceptivo. Como não estão mais em idade reprodutiva, não veem por que usá-lo.
Vida sexual ativa

O preconceito a respeito da vida sexual dessa população também dificulta a proteção. "Ninguém de nós vê nossos avós como sexualmente ativos, e isso dificulta o diagnóstico e o acesso à prevenção", diz Barbosa.

Os idosos têm ainda a ideia de que a Aids é uma doença de jovens e que estão à margem do risco, segundo o infectologista do hospital Emílio Ribas Jean Gorinchteyn, autor do livro "Sexo e Aids depois dos 50".

Números da Aids na terceira idade

628 casos de Aids entre pessoas com 60 anos ou mais em 1998
1441 casos da doença nessa faixa etária em 2008

Isso significa um aumento de 129%. Para comparação, os casos entre pessoas entre 35 e 39 anos aumentou 16% no mesmo período
O problema em números
Taxa de incidência de casos de Aids por 100 mil habitantes em 2008

20 a 24 anos - 15
25 a 29 -
31,6
30 a 34 -
42,8
35 a 39 -
46,1
40 a 49 -
39,3
50 a 59 -
24,8
60 e mais - 7,7

(Informações: Boletim Epidemiológico DTS/Aids 2010 do Ministério da Saúde)
(Fonte: Folha de S.Paulo)

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