quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Brasil já integra rede da OMS

Laboratório da Fiocruz é referência para monitorar a resistência do vírus HIV

O Brasil passou a integrar na semana passada a rede da Organização Mundial de Saúde de monitoramento da resistência do vírus HIV aos medicamentos disponíveis atualmente. O Laboratório de Aids e Imunologia Molecular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) é o primeiro a ser credenciado como centro de referência na América do Sul. Um dos maiores desafios encontrados atualmente no tratamento da Aids é a resistência aos medicamentos disponíveis.

Para buscar formas para driblar o problema, a OMS criou a rede global de monitoramento, chamada HIVResnet. Atualmente estima-se que, no Brasil, 1% das pessoas infectadas pelo vírus apresentem multirresistência às drogas, ou seja, nenhum dos 24 remédios do coquetel surte efeito. Um percentual inferior a 5%, no entanto, pode apresentar resistência a uma ou algumas das drogas. Por isso, explicam os especialistas, o monitoramento é fundamental para a determinação do tratamento mais eficiente.

Desde 2002 o laboratório da Fiocruz faz testes de genotipagem do vírus — indicados para indivíduos que não respondem à terapia convencional.

O objetivo é, justamente, determinar a quais drogas o paciente é resistente, para tratá-lo da forma mais eficiente possível.
“Na prática, vamos integrar essa rede recebendo dados de outros países da América do Sul e também de outras regiões do Brasil para estudarmos também de forma ampla e sistemática a resistência transmitida, ou seja, em que a pessoa já se infecta com um vírus resistente”, explica o coordenador do Serviço de Referência da OMS e pesquisador titular do Laboratório do IOC, José Carlos Couto Fernandez, responsável também pelo comitê assessor em genotipagem do HIV do Ministério da Saúde.

Escolha entre mais de 30 centros

O laboratório da Fiocruz foi escolhido dentre mais de 30 centros da América Latina. Como integrante da rede da OMS, o laboratório receberá também demandas específicas, como, por exemplo, determinar níveis de resistência transmitida em crianças e gestantes, casos considerados prioritários. O grupo estudará também as formas de transmissão da resistência. Tais informações são cruciais, explica Fernandez, para a determinação de políticas públicas nacionais e internacionais.

“Por exemplo, em função da constatação de um aumento da prevalência da resistência transmitida, pode-se alterar políticas de tratamento e de diagnóstico”, disse o especialista. A grande vantagem é que, com a coordenação da OMS, teremos um estudo global. O Brasil monitora a resistência às drogas do coquetel de forma sistemática desde 2003, por meio do laboratório e também de iniciativas individuais de outros grupos de pesquisa.
(Fonte: Portal G1)

Número de pessoas com HIV chega a 34 milhões no mundo

Em 2010, houve 2,7 milhões de novas infecções e 1,8 milhão de óbitos

As Nações Unidas divulgaram na última segunda-feira (21) que 34 milhões de pessoas no mundo conviviam com o vírus HIV, que pode causar a Aids, até o fim de 2010. O novo balanço de soropositivos foi divulgado pela Unaids, braço da organização que mantém estatísticas e iniciativas sobre a doença. O número recorde, segundo a agência, se deve ao prolongamento cada vez maior da vida de pessoas contaminadas, graças aos avanços nas terapias contra doença.
No ano passado, foram 2,7 milhões de novas infecções pelo HIV e 1,8 milhão de óbitos por conta de complicações ligadas à Aids.
No Brasil, dados atualizados sobre infecções e mortes serão divulgados pelo Ministério da Saúde no dia 1º de dezembro, dia mundial de luta contra a doença. A Unaids destacou o papel do país ao atender pacientes "mais vulneráveis e marginalizados".
O número de mortes ligadas à Aids no mundo caiu 21% desde 2005. Novas infecções anuais pelo HIV diminuíram 21% desde 1997.
Para Michael Sidibé, diretor executivo da Unaids, mesmo com a crise financeira mundial, o combate à doença não sofreu grandes consequências. Segundo a agência, o acesso a tratamento poupou 2,5 milhões de vidas desde 1995.
Na América Latina, os números da epidemia continuam estáveis, de acordo com a Unais, com uma média de 100 mil novos casos de infecção a cada ano desde 2001. As mulheres são um terço das pessoas infectadas até 2010.
Informações da Unaids e da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que 47% dos 14,2 milhões que teriam direito a tratamento realmente utilizam terapia antirretrovival.
O acesso aumentou em 1,3 milhão de pessoas desde 2009. Esse universo de pessoas vive em uma lista de países considerados pela Unaids e pela OMS como de "baixa e média renda", com nações como o Brasil, a Argentina e o México.
As quedas nas infecções anuais e nas mortes aconteceram por causa da melhora no atendimento contra a doença em nações africanas como Etiópia, Nigéria, Zâmbia e Zimbábue. Já na África do Sul houve uma redução de um terço no número de pessoas que contraíram o vírus desde 1997 - o país é o líder no ranking de soropositivos, com 5,6 milhões de habitantes vivendo com o vírus atualmente.
No Caribe, as novas infecções também caíram cerca de 33% em comparação com os níveis de 2001. Os avanços principais ocorreram na Jamaica e na República Dominicana, locais onde a incidência da doença caiu em até 25%.
(Fonte: Portal G1)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Governo brasiliero muda tratamento para derrame

O Ministério da Saúde vai mudar a forma como o AVC (acidente vascular cerebral, o chamado derrame) é tratado na rede pública do País.

A mudança está desenhada em três linhas principais, segundo disse à Folha o ministro da Saúde, Alexandre Padilha: formação de equipes especiais nos hospitais, ampliação da distribuição de um medicamento específico (trombolítico) e atendimento domiciliar na esfera do SUS.
Para reduzir o impacto do AVC - primeira causa de morte e incapacidade no Brasil -, o ministério promete investir R$ 440 milhões até 2014 em equipes e no medicamento.
A proposta, escrita pelo governo e por especialistas, entrou em consulta pública no último sábado (29), dia mundial do AVC.
Novos 1.225 leitos para vitimas de derrame deverão ser criados nos próximos quatro anos em 151 municípios. A criação de unidades especializadas será incentivada. "Em vez de credenciar leitos isolados, a gente credencia serviços que façam essas enfermarias, no padrão UTI", afirmou o ministro.
No hospital, o paciente terá acesso a um trombolítico, remédio que dissolve o coágulo, explica Elza Dias Tosta, presidente da Academia Brasileira de Neurologia.
A droga é usada nos casos de AVC isquêmico, em que o coágulo fecha uma artéria e impede o sangue de chegar às células nervosas. Se usado rapidamente, o remédio evita mortes e sequelas, segundo a médica.
Outra mudança será o atendimento domiciliar de pacientes com risco de AVC ou que já tenham sido vítimas do derrame. Uma portaria publicada na sexta-feira, 28, estipulou regras para a oferta do atendimento domiciliar - destinado, por exemplo, a municípios com população igual ou superior a 100 mil ou em área metropolitana com 40 mil a 100 mil habitantes.
Outras duas vertentes importantes da mudança, afirma Tosta, são o enfoque dado à prevenção e o incentivo para que o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) faça o primeiro atendimento da vítima do AVC e a encaminhe para unidades-referência na área.
(Fonte: Folha de S.Paulo)